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ZIMBABWE: BISPOS CATÓLICOS DENUNCIAM MÁ GOVERNAÇÃO E CORRUPÇÃO




Na sua carta pastoral da Páscoa, ontem divulgada mas com data de Quinta-Feira Santa, os nove bispos católicos do Zimbabwe denunciam que há "má governação" e "corrupção" no país. Criticam ainda que "uma pequena minoria ficou muita rica de um dia para o outro, enquanto a maioria jaz na pobreza, criando-se um enorme fosso entre ricos e pobres".

Os arcebispos de Harare, Robert Ndlovu, e de Bulawayo, Pius Ncube, e demais prelados afirmam que "o sistema nacional de saúde se desintegrou", bem como a generalidade dos serviços públicos, enquanto milhares de vítimas da operação de desalojamento de pessoas de suas casas, desencadeada há quase dois anos, continuam sem um tecto.

Na sequência do programa radical de reforma agrária de há sete anos, refere a carta pastoral, "muitos vão hoje para a cama com fome e acordam para um dia sem trabalho". Centenas de empresas são obrigadas a fechar e "mais de 80 por cento das pessoas não tem emprego".

Apelando a que o dia 14 de Abril seja um sábado de oração e jejum pela regeneração do país, o episcopado constata que existe "uma crise de liderança", não só política e económica mas, sobretudo, espiritual e moral, persistindo as estruturas coloniais e as instituições anteriores à proclamação da independência."As leis injustas e opressoras para a segurança do Estado Rodesiano foram reforçadas por legislação ainda mais repressora", denunciam os bispos.

Os zimbabweanos, acrescentam, lutam hoje pelos mesmos direitos básicos pelos quais lutavam antes de 1980, enquanto o poder da pequena elite branca ficou nas mãos de uma elite negra igualmente distanciada da generalidade da população.

Ouvir o choro

"Não pode haver poder por meio da violência, da opressão e da intimidação", insistem os prelados, pedindo aos responsáveis pela crise que se arrependam e ouçam "o choro dos cidadãos".

À população, o episcopado solicita restrição sempre que tenha de expressar "as suas queixas justificadas" e de se "manifestar em defesa dos direitos humanos". Concluindo que depois do jejum de 14 de Abril todas as sextas-feiras deverá haver nas diferentes paróquias um "serviço de oração pelo Zimbabwe".

A Conferência Episcopal abandonou assim as suas reservas e adoptou o tom mais interveniente que até agora apenas se notara nas palavras do arcebispo de Bulawayo, que denunciara a "cobardia" de muitos dos seus compatriotas por não aparecerem na rua a combater abertamente um regime arbitrário e opressivo.

Enquanto isto, a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) e o Programa Alimentar Mundial (PAM) criaram uma missão conjunta para se deslocar ao Zimbabwe de modo a apurar as necessidades da população, cuja esperança de vida é inferior a 38 anos.


Notícia PÚBLICO